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Mostrando postagens de 2017

Fundamentos teológicos para os grupos de rua

Lemos na carta aos Efésios, atribuída ao apóstolo Paulo: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós. Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo” (Ef 4,1-7). Cada cristão que participa de um grupo de rua tem a oportunidade de fazer essa experiência de unidade profunda, por motivações de fé. No meio de uma sociedade onde vigora a rivalidade, a competitividade, somos chamados a aprender a conviver com o diferente, com o outro, experimentando no dia a dia os frutos do Espírito. “Como bons administradores da multiforme graça de Deus,

Grupos de Rua: caminho para a Igreja rede de comunidades

Logo após o Concílio Vaticano II, as formas colegiadas ganharam vigor e muitas experiências bonitas aconteceram. As conferências episcopais ganharam força; os diversos conselhos em âmbito diocesano, paroquial e comunitário também. O povo começou a se sentir verdadeiramente Igreja e a sair da passividade de séculos. Nas primeiras Campanhas da Fraternidade no Brasil, os lemas e os objetivos sempre lembravam a todos o sentido comunitário da Igreja. “Lembre-se: você também é Igreja” (1964); “Faça da sua paróquia uma comunidade de fé, culto e amor”; (1965); Em 1966, o objetivo da campanha assim dizia: “Reavivar nos fiéis a consciência de que são membros do povo de Deus, corresponsáveis por toda a comunidade da Igreja local, diocesana, nacional e universal, e chamados a servir todos os homens, especialmente os pobres”. Com esse espírito, a Igreja no Brasil promoveu, na década de 1970, uma proliferação – sem igual na sua história – de comunidades eclesiais de base. Abandonou a mania de

Diocese de Caratinga: um canteiro dos Grupos de Reflexão

Animados pela força da Palavra de Deus, mais de três mil leigos e leigas das várias paróquias da Diocese de Caratinga, testemunharam a força dos Grupos de Reflexão (GR) na vida das famílias e comunidades. Depois da missa de acolhida, presidida por Dom Emanuel Messias de Oliveira, Bispo Local, os participantes saíram em uma caminhada com a Palavra pelas ruas da cidade até ao auditório da UNEC onde aconteceu o encontro. Fez-se uma parada sobre uma ponte do rio Caratinga e, devido ao seu estado de poluição, fez-se memória dos apelos da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 que trata do saneamento básico. Pe. Geziel, e Pe. Moacir, organizadores do encontro, deram boas vindas aos participantes e franquearam a palavra a alguns padres presentes. Vários deles disseram que a origem de sua vocação vêm dos GR que são também um grande “celeiro de vocações” na Diocese. Monsenhor Raul, que há 40 anos participa da organização dos roteiros de reflexão na Diocese, recordou que as raízes destes

Plenário: uma partilha para aumentar a comunhão

  São Pedro nos lembra em sua carta (2Pedro 1,19-21) que não podemos querer entender a Bíblia sozinhos. A Bíblia nasceu em uma comunidade e é entendida em comunidade. Este entendimento da Palavra de Deus começa nos Grupos de Reflexão. Depois, esse entendimento é partilhado e enriquecido no grande encontro mensal dos grupos que é o Plenário. O Plenário é vida para os Grupos de Reflexão. Ele anima, esquenta e faz nascer o entrosamento entre os grupos. Ele reforça nossa pertença à comunidade. Ele reafirma o sentido de ser Igreja. O Plenário é a partilha e o aprofundamento das perguntas trabalhadas durante o mês. Plenário não é briga, não é provocação. É um debate sadio que nos faz crescer. O Plenário também não é perde e ganha. Algumas pessoas têm uma ideia errada do Plenário, por isso não vão. É preciso ir para ver de perto e sentir como muita coisa mudou pra melhor. O Plenário ajuda no amadurecimento dos Grupos de Reflexão . Ajuda a desenvolver o espírito crítico e nos leva a bus

Grupo de Reflexão: Reuniões semanais e Plenário

As reuniões do grupo são todas as semanas, e sempre com as mesmas pessoas . Grupo sério não dispensa nem troca as reuniões semanais por nada. Quando um novato se interessar em entrar para o grupo, passem para ele o que é um grupo de reflexão, e como está o andamento do seu grupo. Não deixem a pessoa meio perdida.  Se procurou, é porque está querendo alguma coisa a mais, não é mesmo? Os assuntos das reuniões dos grupos exigem continuidade. Exigem permanência dos membros e fidelidade às reuniões (Hb 10,25).    Não nos esqueçamos de que estamos falando de reuniões de estudo , de reflexão e treinamento para a missão. Por isso o animador e o secretário devem, de vez em quando, pedir a um ou outro membro do grupo para dirigir a reunião.  Assim essa pessoa vai se soltando aos poucos... Ø   Evitar comes-e-bebes nas reuniões de grupos de reflexão. A preocupação com essas coisas pode prejudicar a evangelização. Local da reunião: por causa da continuidade dos assuntos, as reuniõ

O que é um Grupo de Reflexão?

O Grupo de Reflexão é formado de pessoas que fazem opção de se organizarem em grupo, de forma permanente.   Fazem reuniões a partir da Bíblia para refletir e viver a Palavra de Deus. O objetivo do grupo de reflexão é o aprofundamento da Palavra de Deus e o treinamento para a missão. O grupo de reflexão existe para formar leigos missionários. Para as reuniões semanais do grupo e para o plenário mensal dos vários grupos da comunidade, nós temos os Roteiros que nos vêm da Diocese. É maravilhoso ver como a nossa Diocese apóia os grupos de reflexão. [1] 1. ORGANIZAÇÃO MÍNIMA Para que possa haver verdadeira e frutuosa reflexão, os grupos são pequenos. De 10 a 12 pessoas. Passando de 12 membros, é bom criar um novo grupo. Mas criar, em comum acordo com a coordenação a nível de comunidade , como veremos logo a seguir, no número dois. Cada grupo precisa de um(a) animador(a) e um(a) secretário(a). Esses são os responsáveis pela organização de tudo com antecedência. Organizar as r

O rio da comunidade

Os vários “olhos d’água” vão se juntando e formam o rio. O rio, por onde passa, vai gerando vida dentro e fora dele. Dentro ele cria os peixes e as plantas que vivem na água. Por fora dele, o rio torna o terreno bom para a plantação. O rio é uma fonte de vida. Por onde passa o rio espalha vida. Mas quando é poluído pelos agrotóxicos e todo tipo de sujeira, o rio mata a vida dentro e fora dele. A comunidade é como o rio. Nasce dos pequenos Grupos de Reflexão, à luz da Palavra de Deus e no meio de muitas dificuldades. Mas, na medida em que vai se organizando vai se tornando uma fonte de vida. Vai criando vida dentro e fora dela. A comunidade gera vida dentro dela quando vai reunindo as pessoas para celebrar junto a fé em Deus através da missa e do culto dominical. Quando organiza a catequese, quando organiza as várias pastorais para atender às necessidades de todos, quando faz o trabalho missionário de ir atrás dos afastados, é sinal de que a vida está correndo. É sinal de que o r

Palavra de Deus: Um espelho para nós

Toda pessoa gosta de se olhar no espelho. A gente faz isso para dar uma conferida  e melhorar o visual. Antes de sair de casa, todo mundo dá uma conferida no espelho e há quem não sai de casa sem levar um espelhinho. É que o espelho tem o poder de refletir nossa imagem e nós queremos sempre passar uma boa imagem da gente para os outros. Porém, quando o espelho perde o aço, ele perde o poder de refletir a nossa imagem. Ele volta a ser vidro liso e a gente enxerga o outro lado. A Palavra de Deus  é um espelho para nós. Ela é o livro da vida do povo de Deus e nela nós podemos conferir a nossa vida. A Palavra de Deus tem o poder de refletir a nossa vida. É nela que podemos ver se estamos agindo de acordo com o Plano de Deus. É nela que conferimos se estamos sendo verdadeiramente imagem de Deus. O problema é que, nem sempre, nos dedicamos a dar uma paradinha diante da Bíblia para refletir nossa imagem e saímos por aí de qualquer jeito... Outra dificuldade é quando nossa Bíblia perde

Grupo de Reflexão: um serviço à Palavra, à Liturgia e à Caridade

O Serviço à Palavra acontece quando os grupos reúnem indo de casa em casa com a Palavra de Deus. Com isso é a Igreja que está indo ao encontro dos seus filhos dispersos. Neste encontro com a Bíblia, cresce o amor à Palavra de Deus, cresce também o conhecimento sobre a Bíblia. Ela deixa de ser o livro complicado para ser a Palavra que dá sentido à vida. “A tua Palavra é lâmpada para os meus pés, Senhor, e luz para o meu caminho” (Sl 119.105). A linguagem simbólica dos roteiros com suas comparações e com as chaves de leitura tornam a leitura da Bíblia mais fácil e faz com que a Bíblia seja lida de frente para a realidade. A Bíblia se aproxima do povo e o povo se aproxima da Bíblia. Os grupos ajudam a recuperar a dignidade humana: as pessoas ficam mais à vontade e têm oportunidade de dizer o pensam e o que sentem. É o espaço para aqueles que, em geral, não têm vez e voz. Enfim, a Bíblia é o caminho para conhecer Jesus e para nos levar a caminhar com Ele. O Serviço à Liturgia aconte

Grupo de reflexão: Veias finas da Igreja

São Paulo compara a Igreja ao Corpo de Cristo. Nós somos muitos, mas formamos um só corpo (cf. 1Cor 12,1-12). O corpo para se manter vivo precisa ter o sangue correndo em suas veias. A Palavra de Deus é como o sangue que corre nas veias da Igreja. Sem a Palavra de Deus a Igreja perde a sua vitalidade. Se a Igreja é o Corpo de Cristo e a Palavra de Deus o sangue que corre em suas veias, podemos comparar a liturgia como o coração da Igreja. A liturgia é que faz a Igreja viver. Sendo o centro da vida da Igreja, é na liturgia que celebramos as alegrias e as vitórias, as dores e os sofrimentos de Jesus. Na liturgia celebramos a nossa vida nos mistérios da vida de Jesus. Assim, é a liturgia que constantemente bombeia o sangue da Palavra de Deus para alimentar todo o corpo. O corpo possui as artérias que são aquelas veias mais grossas que distribuem o sangue. São as veias que aparecem mais. Podemos comparar estas veias mais grossas com o trabalho das pastorais, com o trabalho da catequ