Animados pela força da Palavra de
Deus, mais de três mil leigos e leigas das várias paróquias da Diocese de
Caratinga, testemunharam a força dos Grupos de Reflexão (GR) na vida das
famílias e comunidades. Depois da missa de acolhida, presidida por Dom Emanuel
Messias de Oliveira, Bispo Local, os participantes saíram em uma caminhada com a
Palavra pelas ruas da cidade até ao auditório da UNEC onde aconteceu o
encontro. Fez-se uma parada sobre uma ponte do rio Caratinga e, devido ao seu
estado de poluição, fez-se memória dos apelos da Campanha da Fraternidade
Ecumênica 2016 que trata do saneamento básico.
Pe. Geziel, e Pe. Moacir,
organizadores do encontro, deram boas vindas aos participantes e franquearam a
palavra a alguns padres presentes. Vários deles disseram que a origem de sua
vocação vêm dos GR que são também um grande “celeiro de vocações” na Diocese.
Monsenhor Raul, que há 40 anos participa da organização dos roteiros de reflexão
na Diocese, recordou que as raízes destes grupos encontram-se ainda na prática
pastoral de Dom José Eugênio Correia que, em 1958, antes ainda do Concílio
Vaticano II, instituiu as “conferências populares”. Estas conferências eram
pequenos grupos que se reuniam nas casas para o estudo de textos sobre a
religião e para a oração do terço, posteriormente passou-se à reflexão da
Palavra de Deus convertendo-se nos GR.
Pe. Nelito
Dornelas, da Diocese de Governador Valadares – MG, conduziu a reflexão até o almoço.
Ele destacou alguns pontos da Evangelii Gaudium, (A alegria do Evangelho - Exortação
Apostólica do Papa Francisco) que reforçam a importância e a prática dos GR.
Salientou que para encontrar a Deus temos de nos encontrar “a caminho” e que
evangelizar supõe zelo apostólico, sair de si mesmo, ir às periferias, “aos
infernos” (sic) onde a vida e a dignidade humana estão ameaçadas. Para ilustrar
lembrou o evangelho do dia (João 8,1-11) onde se encontram a “miséria” = mulher
adúltera e a “misericórdia” = Jesus. Nesse encontro acontece a manifestação do
Reino de Deus, a salvação em plenitude. Assim, os GR atualizam e são de fato o
olhar purificador de Jesus na história.
A parte da tarde
foi conduzida pelo Ir. Denilson Mariano, Sacramentino de Nossa Senhora. Retomando
brevemente a história da Diocese, destacou que ela é um grande “canteiro dos GR”
na Igreja do Brasil e que seu rosto é o rosto destes grupos. Daí a necessidade
de se cultivar e sempre criar condições para o desenvolvimento e fortalecimento
dos GR em toda a Diocese.
A partir do
texto de Jeremias 18,1-6, destacou a necessidade de nos deixarmos modelar por
Deus e que os GR são como a “casa do oleiro” onde Deus vem nos modelar. É
preciso acolher sempre a Palavra que quebra nossa rigidez e secura e nos faz dóceis
às ações de Deus em nós. De um modo simples e intercalado a refrões bem
animados trabalhou quatro pontos:
a. GR é um caminho de iniciação cristã –
inicia as pessoas na fé, ensina a rezar, a ter gosto pela Palavra de Deus, a
ter a coragem de participar mais ativamente inserindo a pessoa na vida de
comunidade. O GR é
uma catequese continuada para toda a família e ninguém está dispensado de
refletir a Palavra de Deus.
b. GR é lugar de animação bíblica da vida e da pastoral – ajuda a
entender melhor as Escrituras; reforça a comunhão com Deus, com irmãos e com a
caminhada da Igreja. Aos poucos desperta novas lideranças e fecunda as
pastorais fazendo-as mais vivas e atuantes quer na Igreja como na sociedade.
c. GR fortalece a Igreja comunidade. Reforça o sentido de ser igreja
e a missão confiada por Deus, a cada um, desde o batismo. Nos grupos somos
conduzidos pelo próprio Cristo que nos fala nas Escrituras e pela Palavra da
Igreja. O Roteiro é uma ferramenta promove a comunhão da Igreja e permite que
vários grupos, em lugares e situações diferentes façam a reflexão da Palavra,
de tal forma que toda a comunidade, toda a paróquia e toda a diocese se unam
como Igreja numa mesma reflexão: “um só coração e uma só alma” (At 4,32).
d. GR desperta para a missão - Na Bíblia, toda experiência de encontro com Deus, torna a pessoa mais
missionária. Foi assim com Abraão, com Moisés, com Elias, Maria, com os
discípulos de Jesus... Vemos assim a grande importância dos GR para o
desenvolvimento da nossa missão na Igreja e na sociedade. No grupo, encontramos
com o ressuscitado ao partilharmos o pão da Palavra e isso nos faz mais
missionários. Nos leva a ser uma “Igreja em estado permanente
de missão”.
No final, Dom Emanuel abençou a todos
incentivando a prática dos GR para que possam oxigenar toda a Diocese e a vida
da Igreja. O clima de alegria tomava conta dos participantes que voltavam pra
casa com essa missão de serem mais missionários do já eram e com a certeza de
que a sua Diocese é um Canteiro dos Grupos de Reflexão.
Denilson Mariano da Silva
Este texto nasceu da participação neste encontro. Foi um Kairós, um tempo da graça de Deus.
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